quinta-feira, 1 de novembro de 2007


Afinal, o que é o tempo?

Uma pergunta besta, feita de maneira besta, típica de alguém que deseja viajar na maionese sobre um assunto qualquer.

Mas, mais do que tentar viajar na maionese, escrevendo isso eu também pretendo, de certa forma, desabafar.

Minha vida é confusa. Sinto como se não tivesse vivido ela por completo. Da infância, não lembro de quase nada. Apenas tenho as lembranças que ficaram guardadas em fotografias ou filmes, e aquelas que nunca esquecemos, mesmo sem terem tido importância. Uma facada no braço, um beija-flor entrando na cozinha, uma testemunha de Jeová falando com você, enquanto você tranqüilamente brincava de escolinha com seus bichos de pelúcia no quintal.

Não tem sentido guardar certas memórias... certas coisas a gente não escolhe (pelo menos não conscientemente) pra guardar no nosso cérebro. Estranho...

Mas, como eu dizia, minha infância parece estranha agora. E minha vida parece ter se iniciado seriamente por volta de 2004.

Assustador.

A partir de 2004, as memórias tornaram-se cada vez mais vivas, parece que foi aí que nasci. Sim, estranho.

E agora, apenas três anos depois, me sinto chegando ao fim. Sim, estranho.

Lembro que da ultima vez que me senti assim, era mais ou menos o fim da 8ª série, o fim de 2003.

Será que nascerei de novo?

O tempo é uma coisa estranha, e eu sou uma coisa mais estranha ainda.

Os jovens sempre ouvem que devem aproveitar a juventude e etc. Os “velhos” sempre dizem que não podem fazer certas coisas, pois não tem mais idade pra isso. Como se já estivessem mortos, ou como se soubessem que não vale a pena apostar tanto na vida, ser tão feliz, tão animado, como os jovens são, pois já descobriram que tudo é uma grande bosta.

A pior parte é quando você nem sabe mais o que é. Se é jovem, se é adulto, se ser adulto é o mesmo que ser jovem. Ser adulto é ser “velho”? Até que ponto eu posso ter esperanças... na vida, no que está por vir?

Até que ponto somos jovens, adultos, velhos ou mortos. O que separa uma coisa da outra? O que dita a ordem em que essas coisas ocorrem? Por que só podemos nascer uma vez?

E por que diabos eu me preocupo tanto?




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