sábado, 24 de novembro de 2007


E então, chega um momento em que você acha que não aguenta mais. Você diz não aguentar mais. Você põe um basta em tudo (Ha ha). Diz que já chega, que não vai se enganar de novo, não cometerá o mesmo erro. Você jura que vai passar a ser egoísta, a ser independente, a não se importar.

Faz planos para nunca mais se envolver com alguém, decide que não há amizade, amor, ou qualquer ser humano que mereça tua preocupação, que mereça seu tempo, que mereça seus pensamentos diários.
Nem sei mais quantas vezes eu já disse pra mim mesma: “Já chega!”. Às vezes por causa de uma mesma pessoa, às vezes pelo mesmo erro, às vezes pela mesma falta do que fazer; acreditando que fosse mudar.

Mas não adianta. Não vou mudar assim.

Hoje eu cansei de novo. E, o pior, é que sei que dizer Chega não vai adiantar.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Eu tenho medo!

Eu tenho medo.
Confesso!
Com as mãos para o alto, digo descaradamente: Eu. Tenho. Medo.
Joguem pedras em mim se quiserem, mas tenho absoluta certeza de que vocês também têm. Medo. Em um sentido geral.
Medo da vida, dos sentimentos, do futuro, do passado, do desconhecido, do que é conhecido demais... E tantas outras coisas.
Todos nós temos medo. Embora alguns saibam enganá-lo de modo muito mais eficiente do que outros.
Eu, conclui outro dia, tenho fases de relacionamento com meus medos. Como qualquer relação complexa, mostro em alguns momentos uma força incrível para enfrentá-lo, enquanto por outros instantes deixo-o me vencer. É uma mera questão de lógica irracional que mesmo sem perceber mantemos. O problema, todavia, encontra-se no instante em que o jogo torna-se cansativo e você já não agüenta mais deixar-se, mesmo que por vezes muito às vezes, perder. É como o ápice turbulento do relacionamento, quando a magia começa a desvanecer e a realidade brutal aparece, como o assassino de Psicose, atrás de você com uma machadinha.
Neste crítico momento que nossa vida vira um caos. Não sabemos como agir. Não temos certeza se nos desapegar do medo é algo totalmente seguro, correto. A razão, claro, é a possibilidade de nos arrependermos de romper o laço tão forte, de iniciar outra rotina. Tão longe daquilo que conhecemos tão bem. Afinal, qualquer relação tão duradoura, não tem um final tão calmo quanto podemos imaginar. Mas seguimos assim, meio apegados e desapegados dele. Do medo. Fugindo e correndo atrás. O detestando, mas por vezes lamentando sua falta de presença. Tentamos manter o relacionamento. A todo custo. Criamos alternativas, opções que julgamos que serão coerentes e manterão as coisas equilibradas. Mesmo ainda oscilantes sobre a relação, tentamos seguir a diante. Dar mais passos sem precisar terminar tudo.
Porém, mal enxergamos (e por mais que queiramos nunca conseguimos) que essa tentativa se torna cada vez mais falha, mais tosca. Que fingir que nada está acontecendo é um problema maior do que a empatia de antes. Passamos a olhar o medo e ter nojo dele. A nos irritar quando ele aparece e a xingá-lo quando não o faz. Fazemos de tudo para irritá-lo, tentando, assim, não ter de dar o primeiro passo e chuta-lo. Passamos a relação para uma situação superior ao caos, pior do que jamais sonharíamos. E nos mantemos assim até decidirmos que é melhor terminar de vez com o medo. Extermina-lo. E fazemos isto. Mesmo que seja complexo, mesmo que demore. Conversamos e enfrentamos o medo. Batemos nele se necessário, embora não julguemos muito apropriado. Agimos ações calculadas e nos tornamos cada vez mais frios. Sentamos ao lado e conversamos com o medo. Explicamos a ele tudo. Em detalhes sórdidos. E terminamos.
De início, é difícil. Porém seguimos em frente. E aos poucos esquecemos dele. Do medo. De suas bobagens. Verificamos como somos melhores sem ele. Vivemos mais livres, mais soltos. Abrimos os braços e conhecemos outros tantos. Seguimos em passos cada vez maiores. E quando finalmente estamos esquecidas, desprevenidas, sem precaução alguma, conhecemos alguém novo. De feições bonitas, elegantes. E passamos a explorá-lo, a conhecê-lo, a nos apegar a ele. E ao perguntarmos seu nome, levamos a mão a boca em um ato de surpresa. É o medo. Em nova forma. Em outro aspecto.
Eu tenho medo. Confesso! Com as mãos para o alto, digo descaradamente: Eu. Tenho. Medo.
Tenho medo das várias formas do medo. Das suas mutações sem sentido. De suas enganações que nos iludem.
Eu tenho medo.
Confesso!
Tenho medo do medo.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007


Se fosse pra definir em tópicos o que penso, um texto pra cada linha de pensamento, meus dedos explodiriam rapidamente. Sei que não sou a única, mas não sei... pra mim tudo se liga e tudo é importante pra tudo, então escrever é MUITO complicado.

Mesmo assim, bate tanta vontade de escrever às vezes.

Vontade de mostrar pros outros a confusão que ta acontecendo aqui dentro de mim. E mesmo que os outros não vejam, ou não se importem, me sentir aliviada.

Por que me sinto uma louca, com esses pensamentos imbecis dentro de mim.

Cada dia sendo uma pessoa diferente, com uma personalidade diferente, mas que no fim acaba transparecendo a mesma palhaça de sempre.

Pode não parecer, mas a palhaça sofre e sofre por qualquer besteira.

Ninguém imagina o que se passa, e talvez por isso, achem que podem me magoar ou me deixar mal, só um pouquinho, afinal, eu sou tão feliz, não é? Uma coisinha aqui e outra ali não irão me deixar mal.

E parece que todos vão pensando isso, e no fim, eu sou alguém que aparenta ser uma coisa que eu realmente gostaria de ser, mas passo bem longe.

Não que eu não tenha meios para tal, mas simplesmente, pq talvez eu não tenha ânimo o suficiente para ainda crer em coisas boas.

Todos os dias eu tenho o meu maldito tempo pra refletir, seja no metrô, no ônibus, andando pelos quarteirões ou viajando numa aula qualquer. No começo, esse tempo é divertido, vc imagina situações absurdas e até felizes, e acaba ficando feliz por isso.

Começa a se imaginar de verdade nessas situações, e ser feliz assim, como se fosse um sonho do qual você nunca acorda, exatamente por saber q a realidade não é tão boa quanto.

Mas quando você é obrigada a acordar, e percebe que não pode mais viver nesses sonhos, aí a coisa fica feia. E você fica mal.

Mas não demonstra, afinal, pra que demonstrar que é fraca? Pra que mostrar oq sinto? Não sou tão importante assim, para ficar me lamentando no ombro alheio, ocupando os outros com os meus problemas tolos. Sou uma piada. E acabo realmente fazendo piadas sobre isso, rindo da própria desgraça. Dizem que funciona né... Concordo, até certo ponto funciona.

E é ai que vc, meu caro, se pergunta: Tem culpa eu?

Eu não queria dizer, mas tem.

Especialmente quem quer se livrar deste fardo chamado Claudia. Fingindo que nunca fez nada que possa ter influenciado ou mudado minha vida. E acreditando nessa mentira, com a maior cara de pau, sem vergonha!

E eu aqui, ainda acreditando nas pessoas. Acreditando que podem existir seres transparentes e ao mesmo tempo, maravilhosos.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007


Afinal, o que é o tempo?

Uma pergunta besta, feita de maneira besta, típica de alguém que deseja viajar na maionese sobre um assunto qualquer.

Mas, mais do que tentar viajar na maionese, escrevendo isso eu também pretendo, de certa forma, desabafar.

Minha vida é confusa. Sinto como se não tivesse vivido ela por completo. Da infância, não lembro de quase nada. Apenas tenho as lembranças que ficaram guardadas em fotografias ou filmes, e aquelas que nunca esquecemos, mesmo sem terem tido importância. Uma facada no braço, um beija-flor entrando na cozinha, uma testemunha de Jeová falando com você, enquanto você tranqüilamente brincava de escolinha com seus bichos de pelúcia no quintal.

Não tem sentido guardar certas memórias... certas coisas a gente não escolhe (pelo menos não conscientemente) pra guardar no nosso cérebro. Estranho...

Mas, como eu dizia, minha infância parece estranha agora. E minha vida parece ter se iniciado seriamente por volta de 2004.

Assustador.

A partir de 2004, as memórias tornaram-se cada vez mais vivas, parece que foi aí que nasci. Sim, estranho.

E agora, apenas três anos depois, me sinto chegando ao fim. Sim, estranho.

Lembro que da ultima vez que me senti assim, era mais ou menos o fim da 8ª série, o fim de 2003.

Será que nascerei de novo?

O tempo é uma coisa estranha, e eu sou uma coisa mais estranha ainda.

Os jovens sempre ouvem que devem aproveitar a juventude e etc. Os “velhos” sempre dizem que não podem fazer certas coisas, pois não tem mais idade pra isso. Como se já estivessem mortos, ou como se soubessem que não vale a pena apostar tanto na vida, ser tão feliz, tão animado, como os jovens são, pois já descobriram que tudo é uma grande bosta.

A pior parte é quando você nem sabe mais o que é. Se é jovem, se é adulto, se ser adulto é o mesmo que ser jovem. Ser adulto é ser “velho”? Até que ponto eu posso ter esperanças... na vida, no que está por vir?

Até que ponto somos jovens, adultos, velhos ou mortos. O que separa uma coisa da outra? O que dita a ordem em que essas coisas ocorrem? Por que só podemos nascer uma vez?

E por que diabos eu me preocupo tanto?